Gotas de Graça
Longe de se fazer apologia a qualquer partido político neste momento crucial de mais uma eleição, o que importa é manter a unidade da fé no meio da comunidade cristã.
Na história bíblica do NT, em raras exceções, verificamos Jesus dar vazão a este tipo de questão. Quando cognominaram César de Kuryos (divino), nada disse; quando a escravidão era a ética normal da sociedade daquela época, se calou. Quando lhe perguntaram sobre os impostos (altíssimos), somente expressou: dai a César! E quando Pedro resolveu partir para armas no impasse com as autoridades em sua prisão, vociferou: há miríades de miríades de anjos sob meu comando. O objetivo de Jesus não era político, mas exclusivamente Reino. O político é terreno, passageiro e maligno, mas o Reino é celestial, eterno e divino. Somos cidadãos terrenos, porém celestiais.
Dentre as várias composições políticas que surgem carece_se fazer uma averiguação e avaliação do que é bom e relevante para nós como povo de Deus. Jamais se deve tomar partido, tendo em vista que em qualquer linha política há coisas boas e más. Podemos e devemos fazer nossas escolhas, mas sem gerar divisão no corpo de Cristo. É interessante presenciar neste momento um não guerrear, do povo de Deus, por aquilo que é relevante, mas fazer do não relevante um motivo de guerra. Margaret Thatcher, a ex-primeira ministra da Inglaterra, disse uma vez com relação ao povo Argentino: "É um povo que joga futebol fazendo uma guerra, e faz da guerra um jogar de futebol" A nossa guerra é contra aquilo que impede o avanço do Reino e não com o que caminha fatalmente para o caos. Ninguém, nenhum poder político ou religioso irá mudar a trajetória do trem governado pelos interesses deste mundo (maligno), porém cabe lembrar, que como entes do Reino, somos responsáveis de tirar àqueles que embarcaram na composição da visão humanista, materialista e ateísta.
Francis Schaeffer, no seu livro, A igreja no final do século XX, comentou: "Nesta sociedade humana um cristão não pode ser aliado de ninguém, mas pode e deve ser cobeligerante" . Ser cobeligerante, sim é o correto. Devemos militar por aquilo que é a verdade segundo à luz das Sagradas Escrituras. O momento é bastante delicado na realidade do mundo. As hostes espirituais da maldade se unem de forma hercúlea usando de todos os estratagemas para alcançar seus alvos nefastos. Que diremos pois de nós? Seremos causadores de cisão no corpo de Cristo por uma causa passageira que não fomos chamados?
O cristão deve preservar a unidade da fé, a comunhão e o verdadeiro alvo que explicitou Paulo em Filipenses. Parafraseando o apóstolo ele concluiu: " Deixo o refugo, o que é sem importância, o que não traz valor a alma, o que me distancia de Deus e prossigo para alcançar o alvo que me foi estabelecido, premio de minha vocação, no único que é digno - Cristo" .
Juca Chaves, famoso humorista uma vez ironizou: "O problema não é quem está na esquerda ou na direita, mas os muitos que estão em cima e poucos em baixo" Realmente o humor expôs a verdade da incapacidade de qualquer política ser apaixonada pelo ser. Lembre se que não é os da esquerda nem os da direita, nem os de baixo e muito menos os de cima que irão governar este mundo com justiça. porém o que importa para nós é a consciência em perfeito estado racional de enxergar isto.
Aquele que está nas alturas cuidará de nós e de toda a Sua criação. Este sim é o único governo perfeito, sem defeitos, sem máculas que prioriza o ser à sua semelhança e nos traz cativo a unidade em Cristo Jesus.
Todos estamos na mesma galera e vamos unir forças no poder do Espírito para triunfar nos mares tempestuosos deste mundo tenebroso.
Enquanto isto, vamos como ente do Reino cumprir a nossa missão de trazer luz a outros e como ente na Terra ser luz e bons cidadãos cumprindo o que se estabelece á luz da revelação divina. Amém!
ERSilva - Primavera 2020.
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