Total de visualizações de página

sexta-feira, 25 de junho de 2010

ESCATOLOGIA DO AGORA: Retornando às bases da Igreja Apostólica

A Igreja sempre foi motivo das grandes perseguições ao longo da história e nisto ninguém tem dúvidas. Sua caminhada de sofrimento tem início no avivamento de pentecostes narrada em Atos 2 e dai por diante se desenvolve sempre em meio as circunstâncias tensas. No presente, a Igreja vive em um contexto que empunha suas armas contra a sua existência e a sua relevância espiritual. O apóstolo Paulo ao escrever a sua primeira carta aos Corintos no capítulo 4:6-21, sinalizou para o que considerava como esteios de identificação da Igreja para a volta de Cristo, ao emitir suas próprias impressões de vida (Zõe) no "yom" do primeiro século.

Para Paulo é norma número um que "Fronteiras sejam respeitadas"-v 6. Por quê? Porque é o meio de estabelecer um "firewall" contra a desenfreida luta erguida nos sombrios caminhos de incredulidade da geração liquefeita em tudo que é anti-verdade, anti-moralidade e anti-Deus. O padrão se desenvolve num terreno "além fronteira" da Palavra e que hoje tem sido apresentado como o neo-liberalismo deste tempo. As relações sociais, familiares e religiosas, a cada dia, teem se tornado um caos, já que a libertinagem e o rearranjo da verdade se tornaram as "leis aúreas" deste novo viver atual.

O mundo tende a asfixiar declaradamente os "pulmões de sobrevivência" da Igreja, que exala o ar puro da verdade em resposta a decadência aos valores humanos, taxada de utópica e fanática. O olhar binocular, como é enxergada, é por não se moldar as neo-filosofias humanistas, as neo-evoluções sociais e aos neo-significados do bem e do mal. A preocupação paulina em Corintos é com uma Igreja amalgamada com o "Kosmus". Uma reflexão se faz necessãria nas perguntas que Paulo demonstra o contraste da vida cristã "além fronteiras". Por quem se distingue? O que tens que não tenha recebido? Por que te glorias? Seus questionamentos acenam para dentro de uma diacronia de tensão espiritual - "Kosmus" ou "Theós"?. A frase “Em nós, aprendais (Manqete)..." -v-6b é simplesmente uma indicação de aferimento do limite da fronteira em que se deve respeitar.

É norma númeroo dois o "Testemunho diferenciado". Ao longo da história, a Igreja não foi olhada com bons olhos pelos grandes reis, filósofos, cientistas e religiosos. Sempre foi marcada pelo questionamento, polêmica e martírio ao se tornar "bode expiatório" em diversas ocasiões de sua existência. Sua posição se manteve inalterada em relação a identidade com Cristo - morte; e com Sua mensagem de vida - ressurreição. Ainda que em algum ponto de sua história "cristãos" inescrupulosos, gananciosos e hereges, como os se despontaram na Igreja pré-reforma e macularam sua imagem, outros milhares se mantiveram inabaláveis diante da opressão e ridicularização do "Kosmus" e demonstraram o seu verdadeiro caráter de oposição. Em “espetáculos (Theatron)-v-9 para o mundo (Kosmus)...”, Paulo ressalta o poder maquiavélico em saciar-se da destruição e exterminação da Igreja. Torna-se platéia assistente de um espetáculo de sofrimento e morte proporcionado pelos integrantes de uma comunidade preocupada e seriamente aliada em não subverter a missão da causa de Cristo; porém, outros assistentes (Théos) e (seres celestiais), presenciam o espetáculo não por sarcasmo, mas em alegria por não verem tal comunidade posicionada a favor do "kosmus", mas contra a rejeição do seu próprio Criador.

Neste espetáculo,carece lembrar que muitos foram alvos da carnificina anti-cristã na Índia, Coréia do Norte e China. Mil e quinhentos religiosos foram assassinados pelo regime facista do General Franco. Outros exterminados em campos de concentração nazista. Outros enforcados, afogados e queimados no Périodo Medieval. Muitos serviram de tochas de iluminação e petiscos às feras no Império Romano, isto sem comentar nos espetáculos narrados em Hebreus 11:36-40. Todos participaram do "theatron" no seu "yom". Igreja é isto, concientizar-se que não se trata de um lugar geográfico, um manual doutrinário e um ajuntamento de pessoas. Igreja é um povo em oposição ao "Kosmus" neste "yom", em compromisso com o Eterno no "agora" e em busca da vida eterna no "escaton".

É prioridade última 'A subsistência no Poder de Deus" verso 20. Existe uma grande diferença entre o mundo e Igreja. O mundo se move em cima de palavras estratégicas da sabedoria humana, afim de alcançar alvos etéreos. Igreja se move em cima do poder de Deus afim de alcançar alvos eternos. Era isto que Paulo chamava atenção da Igreja de Corintios - o que consiste de sabedoria humana está aquém do poder (dynamin) de Deus expressa na virtude e na capacidade de destruir os mais imponentes obstáculos que se erguem diante de Sua Igreja.

Infelizmente poder, neste "yom", tornou-se alvo de cobiça de uma nova espécie de "crentes". Num movimento quase que mágico, tchan!!!, o coelho surge da cartola como a evidência das idealizações ilusórias humanas. O Reino de Deus é o álibi onde tudo passa a "acontencer". Não há nada que não seja realizável por estes, porém é bom lembrar, sem a rubrica de Cristo Jesus. O amor e a compaixão de Deus não teem por alvos pessoas. O fato é que a cartilha do eclesial é empresarial e o novo condutor da Igreja substitui a já ultrapassada graça. Por fim, o poder tornou-se a obsessão de meta última como forma de domínio das pessoas e cultivo do "eu", fechando espaço para a humildade e a submissão no Espírito no seio da Igreja.

Bem, devemos relembrar que estas preocupações são para já. A volta de Cristo está à porta. O caminhar "além fronteiras" atinjirá seu ponto culminante com o julgamento corretivo "com vara" -v-21a. O alinhar com os princípios normativos da Palavra é a esperança de um Cristo em amor e espírito de mansidão -v-21b. Cabe eu e você, como Igreja, decidirmos sobre isto em nosso "yom".


ERSilva
Pastor e educador