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domingo, 1 de maio de 2011

UM TRIBUTO AO PASTOR DAVID WILKERSON

Desejaria de deixar aqui meus sentimentos a família do Pr. David Wilkerson. Um gigante deixou este mundo, para se juntar aos santos na presença do Senhor.

Este foi um dos servos de Deus que influenciou minha juventude com o seu ministério nos guetos novaiorquinos. A Cruz e o Punhal e Foge Nick Foge, foram as literaturas que impactaram a década de 70. Quem não leu estes livros devem fazê-lo para entender o amor que brota num coração de um homem cheio da graça e misericórdia de Deus e sua compaixão pelas almas.

Pr. David foi um dos pregadores que defendia a pureza do evangelho. Nestes tempos ruidosos foi um apologeta firme em preservar a mensagem bíblica e procurar nortear a igreja no significado da cruz e da ação do Espírito Santo em convencer o homem no seu estado de pecado. Como disse seu filho, David influenciou sua geração.

Gerações surgirão e cabe a continuidade de completar as fileiras de frente no lugar daqueles que a deixaram por promoção no Reino.

David Wilkerson partiu dia 27 de abril para os braços do Senhor. Sua missão se cumpriu. Mas suas últimas palavras se tornaram um bálsamo para todos os que prosseguem num mundo caído: “Amado, Deus nunca deixou de atuar em bondade e amor. Quando todos os recursos falham, Seu amor prevalece: Aferre-se a sua fé. Permaneça firme em Sua Palavra. Não há outra esperança nesse mundo.”

quarta-feira, 20 de abril de 2011

REVENDO A PÁSCOA ! QUEM É ESTE?

Chegamos mais a uma comemoração da Páscoa. Aliás, entra ano e sai ano comemoramos a Páscoa em nossas igrejas. Reunimos-nos num belo culto, com participações de várias igrejas, com um coral entoando lindos hinos, sob os temas das sete palavras na cruz e na participação de todos na ceia do Senhor. Na realidade esta é uma liturgia quase imutável que ocorre todos os anos nas igrejas.

Em seu significado amplo, arremete-nos ou para o início da história dos judeus (libertação do povo da escravidão do Egito) ou para início da história da igreja (libertação da humanidade de escravidão do pecado) Os eventos são altamente significantes e carregados de ensinamentos que objetivam conduzir a igreja a uma teologia de vivencia com Cristo.

Ao observarmos os textos nos evangelhos sinóticos, notaremos que Jesus era uma pessoa pública de alto envolvimento na sociedade. Participativo de sua cultura e das necessidades dela. Um homem simples com palavras profundas capaz de nortear a vida dos que nEle criam. Ensinava, comia, curava, amava, caminhava, não à distância mais bem presente. João chegou a registrar esta presença como, "O Verbo se fez carne e habitou entre nós", na personificação divina no meio dos humanos.

Quando o texto em Mateus 21:10b diz "Quem é este?", a pergunta é clara e faz ressaltar a alienação completa daquele povo quanto à pessoa de Jesus. A forte da cultura judaica, religião ao único Deus (judaismo), desfrutava da Torá, dos Livros dos Profetas e das interpretações quanto o anúncio da vinda do Messias. Três anos conviveram, andaram, ouviram e viram o cumprimento desta profecia na pessoa de Jesus, no entanto, neste ponto da história, muitos não sabiam de quem se tratava.

Quando olhamos para a igreja embrionada na morte e ressurreição de Cristo, nascida nas mensagens da justificação pela fé de Paulo, cunhada nas lutas apologéticas dos pais da igreja e reformadores e alicerçadas nos movimentos de santidade; constatamos que o tempo vem produzindo a perda da sensibilidade, do amor, do bom senso e automaticamente o distanciamento do Jesus em nós . A mesma pergunta então, de Mt 21:10b, se faz presente nos cristãos desta geração por não possuirem mais a identificação de morte e ressurreição em suas vidas. Desconhecem que Páscoa comemorativa, na realidade, é aplicativa em cada membro participante do corpo.

Piamente creio, que os conceitos teológicos de morte e ressurreição ainda estão afinados em nossas mentes, mas longe do foco quanto ao significado no ser holisticamente. Infelizmente, o que vemos não é um experimentar do morrer e do ressuscitar. Não há mais espaço no evangelicalismo brasileiro de um compromisso sério com Deus. Páscoa, desdobra-se em nosso meio somente como um fato histórico ocorrido no I século e a comemoração deste no século atual. A hermenêutica e a aplicabilidade se posicionam em polos opostos. A exemplo de Cristo em Sua vida, morte e ressurreição, a igreja contradiz esta vida, morte e ressurreição.

Mas como isto é identificável na vida do cristão neste tempo? Da mesma maneira que fizeram nossos antepassados: "Quem é este?" A igreja deste tempo faz esta mesma pergunta quando demonstra um total desconhecimento de Jesus quando suas práticas de anulação da ética, omissão social e distorção da verdade decretada são as evidências de sua mensagem.

A ética se tornou nula pela ganância ao lucro. Brota-se os executores, gerentes, produtores de marketing, gestores todos debaixo do santo ofício. O amor ao dinheiro se prioriza à pessoas. Não há piedade diante das necessidades de irmãos ou seja lá quem for. Busca-se o objetivo pessoal a qualquer preço, ainda que tenha de romper com a ética e viver na superficialidade de uma teologia que enaltece a hipocrisia.

Bill Graham disse que erramos ao "negar que tenhamos qualquer responsabilidade social como cristãos"1. A igreja também se encaixa aqui. Veda à realidade encarnada de muitos, somente alguns poucos, que dela paraticipam, parece não estar nesta dimensão. Assim, não entende que leis regem o mover da vida e necessitam ser respeitada pela igreja. O bem, nos amparos legais, não é proporcionar vantagens e conquistas ao outro. Pensar desta forma é mesquinhez e espiritualidade desencaixada com o real. A justiça está mais no campo do complicar do que ser justo à luz da Palavra.

Justiça é um tema bem peculiar no contexto de Isaías 64:6 "Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças são como trapo de imundícia". Exegeticamente "nossas justiças" conota uma justiça própria, a uma religião falsa; enquanto "trapo de imundícia", potencializa uma verdade que ninguém desejaria saber: reutilização de panos menstruais. É por aí que conduzimos as questões sociais com aqueles que nos cercam.

Quanto a Verdade decretada, a pluralidade das verdades passou a ser a nova teologia que reconduz a vida do cristão aqui na Terra. Firmeza e convicção se tornaram sinônimos de exclusão e acepção em muitos ramos evangélicos desta geração. Tudo se tornou mais elástico em nome do amor e da graça. Princípios da Palavra de Deus, até então imutáveis, são facilmente adaptados aos interesses e prazeres de uma geração que diz igreja.

Então, por que celebramos a Páscoa se nossa fé e ações como igreja não se identificam com Ele? Páscoa nunca foi e nunca será um evento somente histórico e comemorativo. Páscoa é morte no que tange o romper com o identificável neste mundo e ressurreição como um novo momento na vida dos que fazem parte da igreja de Cristo no agora.

Enfim, Páscoa é conscientização daquilo que Paulo expressou a igreja em Roma como a conquista maior de liberdade cristã: "Nenhuma condenação há para aqueles que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne mais segundo o Espírito" Rm 8:1.

Isto é Páscoa, não mais viver segundo a carne, mais segundo o Espírito.

1. CARVALHO, Guilherme Vilela Ribeiro de. RAMOS, Leonardo e et alli(Org). Fé cristã e cultura contemporânea. Editora Ultimato. 2009, p. 22.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A IGREJA VIVA

Os tempos atuais, são testemunhas das grandes mudanças que tem provado esta geração. Se pensar no avanço da política brasileira esta se tornaria o destaque caso não fosse o volume de catástrofes que assola o mundo e o Brasil. A impotência humana se faz presente nestes momentos. Não há formas de poder atenuar o impacto do sofrimento, solidão, perda e vazio.

Mas o que me chama atenção, é que a igreja quando igreja, em sua essência genêtica, é viva. Viva no sentido em participar das angustias terrenas da humanidade. Não é somente uma espiritualização do evangelho da graça, mas uma participação ativa que abraça o homem em suas perdas de família, posses e subsistência. A igreja entra exatamente nestas desilusões humanas, onde o que era esperança se torna desesperança de um momento para o outro.

O tempo necrosou em muito o seu significado. Igreja se tornou um lugar e não mais um povo. Mas é bom quando o povo (igreja) cria atitudes e rompe com os paradigmas ao se mobilizar para cuidar dos feridos, famintos,desabrigados. Entendo que muitas igrejas tem-se voltado para a verdadeira tarefa do que é evangelizar.

Evangelizar é unir forças, a fim de gerar impacto da Palavra de Deus pelo o envolvimento da igreja com aqueles que nada pode nos oferecer. É se doar, se envolver e gerar relacionamentos que antes não existia, mas que no presente momento passa a ser atuante, confortante e generosa. A igreja viva ainda existe em nossos dias. Talvez, o passar do tempo a leve a desaparaecer, simplesmente porque o alerta de Paulo em extinguir o Espírito (I Tess 5:19) esteja sendo uma verdade.




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Nota: Boas experiências junto a igreja viva entre muitas.

Nos dias 2 e 3 de fevereiro a igreja viva saiu a campo. As igrejas de Valinhos e Engenheiro Coelho transportaram mais 5 toneladas de donativos para as vítimas das chuvas no Rio. A igreja de Nilópolis tem sido um centro logístico tanto de recebimento, doação e apoio as pessoas que foram atingidas pela catástrofe na região serrana.
Dou graças a Deus por poder participar juntamente com os colegas pastores Anips, Roni, Ricardo Segura e Pedro Paulo da representação da igreja viva nestes dias.