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sábado, 26 de julho de 2014

EXPRESSÕES DAS PROFUNDEZAS DA ALMA DE UM DEUS HUMANO


 "Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sedeEsta parte da narrativa de João 19:28 possui pontos profundos que silenciosamente são passados por cima em Mateus, Marcos e Lucas conhecidos como evangelhos sinóticos. O sofrimento sobre-humano que Jesus recebe, do momento que deixa o Getsêmani até alguns minutos que antecede esta palavra (Tenho sede), são inconcebíveis em nossas mentes mortais.

O filme de Mel Gibson "A Paixão de Cristo"  representou muito bem na cena o sofrimento físico que Jesus recebe dos soldados romanos ao ser chicoteado até um estado de desfalecimento. Porém, não há como representar por filme nenhum, uma forma que comunique  o sofrimento que Jesus sentiu em relação ao pecado da humanidade.

O apóstolo Paulo escrevendo aos Coríntios diz: “Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados...” (I Co. 15:3). Ter sede demonstrava como se encontrava Jesus na sua condição de relacionamento com o Pai e a função do seu afastamento por causa do pecado da humanidade. 
Ao fazer o contraste de Jesus na cruz e Jesus antes da cruz; o diálogo com a mulher samaritana,  O mostra detentor da água que mata a sede - Jo 4, supridor, para os que creem - ninguém terá sede - Jo 6:35, a origem da fonte da água viva. Jo 7:37. Mas na cruz, o meu e o seu pecado trouxeram a condição oposta, a de esvaziamento de Jesus como disse Paulo aos Filipenses no capítulo 2.

A expressão "Tenho sede" leva a Jesus a um campo não de necessidade pessoal, mas de necessidade pela humanidade em geral: Ele tem sede de justiça e esta justiça só vem por meio da cruz  que agora consumou todas as coisas. (panta tetelestai)


A condição “ter sede” não era somente um lado da carência humana de Jesus, era  estar convicto que  a sede de reconciliação, a sede de perdão, a sede de paz, a sede de amor, a sede de graça, a sede de louvor, a sede de adoração e a sede de santidade. estaria garantida na última expressão humana - consumado,  em reconhecimento que  em sua morte era fato o cumprimento das Escrituras e que doravante a humanidade teria sua sede saciada no Cristo da cruz.