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domingo, 24 de outubro de 2010

A REFORMA DO SÉCULO XXI: pensando no pecado da sociedade e da igreja

O apocalipse parece não se encontrar muito longe de nós. A visão do apóstolo João na ilha de Patmos tem se tornado cada vez mais uma realidade de nossos dias ou pelo menos estampa seus primeiros contornos. A protagonização do mal, pelo homem, vai se cumprindo gradativamente nos scriptes dos autores no Novo Testamnento. O cenário é decadente! O pecado representa o personagem a ser encenado pelos atores desse espetáculo e que a livre escolha do papel representado acarretará em rota de colisão, no ato final, com o juizo de Deus. O pano-de-fundo aqui é somente uma pequena fagulha do caos que estamos vivendo no presente momento, então, duas inquietações desejo compartilhar:

Primeiro, a pobreza espiritual predominante no país, monta a cena apocaliptica. As camadas da sociedade têm sido atingidas pela avalanche das inverdades no governo , o pecado avança a passos largos para uma legalidade oficial, as ideologias "neos" ressurgem como identidade de grupo, a criminalidade ganha a impunidade como símbolo. O quadro é extenso e extremamente preocupante.

Preocupante, porque não são os excluidos da sociedade (moradores de rua, favelados, dos dependentes químicos e etc), que protagonizam a reputação negativa do caos que se instaura atualmente neste país, pelo contrário, eles são produtos da causa maior. Na grande realidade os "inclusos" da sociedade, mídia e governantes, se tornaram os grandes protagonistas desta situação. Dúvidas não tenho, que a negligência espiritual é a causa que delinea os contornos sócio-político-religioso nas cores da sodomia, idolatria e feitiçaria que se estapam claramente na pedófilia, homossexualismo, aborto, violência, satanismo como bandeiras de "liberdade ao pecado" e rejeição a Deus. Os papéis se inverteram e os que deviam ser opostos aos padrões da decadência ética-mora-espiritual, se tornaram, pela imprudência, ganância e rejeição da fonte suprema de vida (Deus) aliados declarados dela.

Um segundo pensamento, é uma inquietação com minha genética cristã. A grande realidade é que a pobreza espiritual também reina, infelizmente, no meio do chamado mundo protestante. Existe um engessamento quanto a leitura do evangelho da graça. Ele parece não mais ser útil para trazer liberdade ao homem em pecado e conduzi-lo num profundo rompimento com o mundo (Rm 12:1-2) e um perene relacionamento com Deus (Gal 5:16). Nitidamente expõe a amálgama teológica de uma salvação que brilha com a cor do liberalismo tendo na teolgia do amor divino sua aprovação e na teologia da justiça divina sua impunidade. Além disso, o rearranjo da hermenêutica bíblica, adotado por muitos pastores e cristãos, objetiva imunizar as questões éticas-esprituais que lhe possam ser adversas e respaldá-los no seu evangelho anátema. Infelizmente, a tentação possui grande incidência queda e conduzem uma geração de pastores e cristãos a fundamentar o erro da "espiritualidade" vazia.

Também a voz profética da igreja neste mundo de caos, precisa ser mais atuante. Rejeito aqui a calmaria que a igreja atual vive. Advogo a união dos cristãos sob a êgide da Igreja sem mácula e sem ruga em Cristo Jesus, das reflexões à luz da Bíblia no cotidiano da vida, da pregação expositiva com ênfase no pecado e santificação, da voz profética sob à direção do Espírito Santo. A igreja protestante brasileira carece materializar mais suas decisões contra o pecado e seu envolvimento ativo no sofrimento humano e deixar de ser menos holográfica. Também carece romper com o "evangelho místico-society-sem graça" reinante em nossas denominações, com a escola sacerdotal de Abiú e Nadabe detentora das cadeiras de empreendedores, executivos e profissionais da fé. Não adianta o "PROTESTAMOS" nas faixas, panfletos e etc, aludindo a comemoração da Reforma nestes dias, se isto é somente verbalização e não a luta contra o pecado no meio protestante que deveria ser reformado nos moldes da Reforma de forma reflexiva, contrita e arrependida. Se não, simplesmente sobrevivemos da história passada sem fazer história futura. Somos comemorativos e não atuantes nesta geração.

Portanto, a degeneração espiritual moldurada em (Ef. 3:1-5)) e a anulação efetiva do poder de Deus na vida dos homens é o que se presencia. Não poderia deixar de ser catastróficos tanto no terreno como no eterno, tais consequências. O claustro nunca foi a saida da igreja para se isolar do pecado. A história já registra isto. O mundanismo pós-moderno também não é o alibi para o isolamento nos "mosteiros" pomposos deste século. Alías estes se tornaram cultivadores da ineficácia da Palavra, da mercantilidade da salvação, dos postos diferenciáveis do poder do clero, da diversificação teologia do consumo, da irmandade descartável e do descomprometimento com a ética. Conclusão disto? Distanciamento de Deus. Caminho tomado não somente pela sociedade atual como também pelas igrejas protestantes neste tempo.

A mensagem de Jesus não deixou de ser profética contra a articulação do poder humano como substitutivo das verdades divinas. Rever o papel de ser condutora da graça exercendo graça e esperança de salvação em meio a perdição será sempre a missão da Igreja na história da humanidade, porém, a Igreja deve ser transformada primeiro, a fim de conduzir o processo de transformação onde ela se encontra.

No Senhor
ERSilva