SANTIDADE NECESSIDADE E NÃO STATUS:
COMPROMISSO DA MENSAGEM DURANTE CINQUENTA ANOS NO BRASIL
Somos uma igreja de santidade. Foi com este princípio que a Igreja do Nazareno chegou a terras brasileiras e ao longo de cinco décadas tem carregado afinco o compromisso com a mensagem de salvação e de santificação na vida do homem. Sinto-me privilegiado em fazer parte de uma geração, cuja história do seu início, pude conhecer e conviver com homens e mulheres com um coração ardente em santidade: Dr. Mosteller e Dª Glades, Dr. Gates e Dª Joana, Dr. Wood e Dª Margarida, Dr. Collins e Dª Frances , Rev. Kratz (in memorian) e Dª Carolina, Rev. Heap e Dª Brenda., Rev.Joaquim Lima (in memorian) e Dª Guilherminda
Fazer esta caminhada não foi nada fácil em se tratando de contexto brasileiro. Terra que expressa uma alta inclinação para “santo”: o santo padre, os santos mártires, a santa missa, a santa virgem, o pai de santo e tudo vira santo na religiosidade brasileira como demonstração, ao menos, de uma afinidade com o sagrado ou do que se pode dizer ser sagrado.
Mais do que uma religiosidade de afinidade, a mensagem para ser santo expressa a mais nobre expressão de vida que qualquer pessoa possa desfrutar em sua vida terrena. Ser santo, expressa o estado em que se deve encontrar o homem diante de Deus e dos homens.
Esse tem sido o grande diferencial no meio dos cristãos para os momentos históricos desta primeira década do século XXI, onde teve na semeadura nos idos de 1958 o que proclamar, Santidade ao Senhor, não era somente um refrão para ser esculpido no logotipo da denominação, mas era a ordenança que deveria ser buscada e vivida e que faria a verdadeira diferença do remido nestes tempos complicados e desesperançosos da humanidade.
Num dos hinos lema, a Igreja do Nazareno, entoa em sua estrofe “É santidade ao Senhor, hino e senha....” Hino, me faz lembrar os valores que se deseja entoar e firmar como esteios de uma vida com Deus e, senha, por aquilo que me dá acesso ao Criador sem restrições e, sem a qual ninguém poderá vê-Lo “...sem a santificação ninguém verá ao Senhor”.
Não é de se estranhar porque hoje no contexto brasileiro a Igreja do Nazareno em sua comemoração cinqüentenária tem trazido um impacto grande nos quatro cantos desta nação. Somos cem mil que deixaram as trevas, o pecado e a desesperança eterna e procuram levar à cabo a mensagem na prática como o sustentáculo da vida cristã. Em dias que a pobreza espiritual, a mescla do profano com o sagrado, o triunfalismo como esperança , as distorções religiosas e a inversão dos valores da vida se tornaram os convidados desejáveis em muitos cantos do protestantismo-religioso-sincrético brasileiro como a teologia do mercado espiritual e suas várias opções rotuladas com as ideologias religiosas de cada um. “Sede santo” foi o diferencial usado na carta primeira do apóstolo Pedro e tal imperativo ´não se alcança por uma separação ritual da impureza, nem por uma consagração formal ao serviço divino, senão pela recepção da santidade de Deus por meio de Cristo” já dizia Nicholson.
A grande verdade sobre isto é que santidade não é um cartão que o cristão carrega em sua aderência a denominação, nem tão pouco o ativismo das obras que exercemos muito menos a obrigatoriedade requerida pela Igreja. Não! Santidade é uma necessidade de sobrevivência para todos os que se alia com Deus na recusa do pecado, no amor ao próximo e na busca pela eternidade com Ele. Sim, esta é a teologia que devemos adequar a nossa realidade como cristãos e nazarenos que somos, pois ela deve fazer parte da minha essência de vida como se fosse algo que precisasse para sobreviver e não somente para estampar na história na qual comemoramos.
Madre Tereza de Calcutá foi inquirida por um repórter, uma vez, porque o povo a clamava: santa, santa, santa. Ele a perguntou o que ela achava sobre o status que a davam. Sua resposta foi firme, sábia e prática. Santidade não é um status, é uma necessidade.
O cinqüentenário da Igreja do Nazareno veio firmar que não basta somente um crescimento religioso debaixo da égide de santidade, mas que cada um dos cem mil nazarenos permaneça dignamente em santidade de atitudes, palavras e raciocínio e esta será a mensagem que a nação brasileira ouvirá., para que 2058 a comemoração centenário seja de 1 milhão de nazarenos vivendo, proclamando e entoando – Santidade ao Senhor agora e sempreeeee........ Amém.
ERSilva
Vice-reitor do STNB