Não há novidade nesta geração quando vemos a aproximação da Páscoa. É mais uma etapa a ser cumprida no calendário da sociedade como as demais outras que seguem sua cronologia de feriado. É mais um momento de deliciar ao lazer e aos chocolates produzidos nas mais diversas maneiras e disponibilizados nos templos de consumo. Por um tempo, as pessoas esquecerão os horrores que o mundo atravessa e a consequente trajetória de colisão que o juízo de Deus cobrará pela apatia em relação as verdades nas metanarrativas bíblicas.
E totalmente imperdoável a perda do total significado deste evento
eterno que trouxe libertação ao homem do agente corruptível da vida, da degeneração
da alma e de toda a criação.
Páscoa representou um fato histórico ocorrido há sete mil anos atrás,
mas que no tempo de Jesus, o evento O levou a crucificação e consequente
ressurreição que produziu o antídoto ao problema do pecado no coração do homem
e a humanidade precisa entender que somente nela se consegue passar pelo caos
terreno e seguir adiante apta para o encontro com Cristo na glória eterna.
A incredulidade sempre foi uma companheira inseparável do homem na trajetória
de vida. Ela adquiriu um corpo quando questionou Deus em suas determinações
morais e sua legalidade como Deus Criador. (Gen 3). Milhares de anos se
passaram debaixo do sol e ainda a incredulidade humana se faz presente ao
ignorar o verdadeiro sentido pascal ocorrido na cruz. Se por um lado, a
lembrança pascal para muitos se consome na simples abstinência alimentar de
carne a igualando ao corpo sacrificial de Cristo no madeiro numa evidente
religiosidade, por outro a satisfação palatal do prazer do corpo e o ápice da
alienação do verdadeiro significado que a Pascoa traz aos mortais. Mas o que o
autor de Lucas nos induz a pensar sobre a Páscoa?
A Páscoa nada mais e do que o retrato do sacrifício de Deus entre os
olhares dos que creem e dos que não creem. Lc. 23: 39-40. Isto e fato! Assim
tipificam os ladrões. Ela sempre terá em um lado os opositores, rejeitadores e
escarnecedores e o mundo ainda depois de 2000 anos não conseguiu entender o
supremo significado deste evento. O grande problema que a maioria das pessoas
são meros expectadores e observadores das teofanias realizadas em benefícios ao
próprio do homem. (Lc 23:35a). Páscoa
´e fé no Cristo da cruz.
A Páscoa não é evento pontual na história (Lc 23:33a) sempre terá
um papel diacrônico mais excelente, pois a morte de cruz por Jesus foi para
expiar o pecado de toda alma trazida a existência em todo espaço de tempo pós queda.
Ela corrigiu a usurpação de poder no Jardim, eliminou a dívida não paga pela
humanidade até o momento de “de tudo consumado”. O preço foi de sangue, mas
sangue inocente, sem pecado, impossível para qualquer criatura humana ou
espiritual dentro do mais profundo recantos celestes conceber o Soter na
categoria de encarnação-expiação-glorificação para o restabelecimento a unidade
de comunhão entre a criatura e o Criador. Páscoa não e só história, e Deus
atuando dentro da história.
Páscoa é Deus salvando o homem. Deus não precisa ser salvo (Lc
23: 35b). A expiação na cruz não era uma morte qualquer. Não era morte corporal
unicamente. Era o verbo-carne tomando os impactos do pecado de toda humanidade
e se expondo ao distanciamento da santidade de Deus; quadro aterrador que chamou
atenção de todos os seres espirituais (caídos e não caídos), ao se curvaram em
reconhecimento a um Deus Criador que se entregou pelo ser de carne que Ele
havia criado e que agora a morte teve seu domínio sucumbido em um Deus Salvador.
Páscoa ´e levando a morte a se tornar mortal!
Páscoa um espetáculo.
(Lc. 23:48). Muitos a tem como uma tragédia. Para muitos judeus assim
foi. Outros entenderam como justiça a um herege. Outros pensaram numa injustiça
ao um justo. Poucos reconheceram Seu amor divino. Na realidade a Páscoa sempre
será um espetáculo público no mundo. Ainda se ouvirá as mesmas vozes
conceituais do evento sacrificial de Jesus nos dias hoje; um número ínfimo dará
conta do que ela representa para o estado corruptível produtor de todo mal na
sociedade dos viventes, por isso, poucos os que realmente conseguem vislumbrar
o sentido principal do significado para sua própria vida. (Lc 23:41-2). O
espetáculo pascal evidenciara cada vez menos arrependimento e reconhecimento do
estado de absentismo das pessoas com Deus por ter uma fé cada vez mais
inexistente e por deixar se ofuscar na total incapacidade de não credibilizar
Deus pela sua ação de amor e por ver Ele próprio se colocar em morte pelo
mortal, algo totalmente improvável ao um Deus de poder. Páscoa ´e oposição a
lógica da humanidade!
Páscoa e contemplação. Lc. 23:49. O verbo se encontra em sua
forma presente ativa e tem basicamente aqui, a ideia de ver espiritualmente.
A Páscoa deve ser vista em seus aspectos espirituais. Não é um rito religioso,
muito menos um contemplar passivo de significados emergentes atribuídos a Ela.
Intrinsicamente possui um poder libertador das forças que arrastam o ser para
um distanciamento de Deus e que o conduz a trevas eternas. Quando o autor
expressa “Permaneceram a contemplar” Lc 23:49b indica a convicção das
verdades que Jesus tinham ensinado àqueles que o conheciam e o seguiam. Páscoa traria
a acessibilidade que Deus agora concedia ao homem ``a sua presença Lc 23:45. Páscoa
´e assentimento conceitual.
Uma coisa sempre teremos na
Páscoa, os que verão o evento como uma história de um homem comum na cruz, os
piedosos que se inclinarão a um justo injustiçado pelos judeus, os religiosos que
continuaram a consumir a religião da humana do desconhecimentos dos fatos
narrativos, os acéfalos da fé na busca da autossatisfação e do hedonismo e os que reconhecem a morte de
cruz de Jesus circunscrita da principal missão cumprida pelo Filho de Deus, por
entender o tamanho momento do que significou, não somente para Israel
(cumprimento das profecias) como para o futuro da igreja (seus alicerces na
obra expiatória) a oportunidade de salvação para toda a humanidade.
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